É sempre preciso
Retomar as palavras,
soltar os vetos da linguagem.
Ter na cabeça uma invenção .
Inventar o ilimitado,
essa pulsação que aflora
despida de dogmas, leis, floreios...
As simples palavras,
abertas , soltas num poema.
Quem quiser lê-las,
possa entendê-las
em sua solicitude,
chamá-las afeto, amor, desejos,delírios...
Retomar as palavras,
sem vínculos com as coisas
enlaçadas às
obrigatoriedades
desse mundo sempre urgente.
Retomar as palavras,
sentir calmamente o pulsar da vida
como quem vê uma flor,
como quem abraça o
seu bem.
Aureliano