quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A tirania da aparência

São três fraquezas. A primeira  é  precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é  buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por  isso  desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do  aluno.  Elas ensinam a tocar como o B. B. King ou o Keith Richards.  Os  MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill  Gates. O que  as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias  potencialidades. Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus. (...)

Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de  sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de  funcionários  que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na  minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e  transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar  seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que  sabem pedir desculpas e admitir que erraram. (...)

A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras  da  sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não  tivesse significados individuais. A segunda loucura é: "Você tem de estar  feliz  todos os dias." A terceira é: "Você tem que comprar tudo o que puder." O  resultado  é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: "Você tem de fazer as  coisas do jeito certo." Jeito certo não existe. Não há um caminho único  para  se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não  para a  felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente  que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem  infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz  tomando  sorvete, levando os filhos para brincar ou contemplando a natureza. Felicidade não é destino. É caminho.





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