sábado, 13 de fevereiro de 2021
Para refletir
O valioso tempo dos maduros
Contei meus anos e descobri
que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do
que futuro.
Sinto-me como aquele menino
que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para
lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos
inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para
conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que
nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de
pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de
desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem
conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia,
quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus
tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de
verdade.
O essencial faz a vida valer
a pena.
E para mim, basta o
essencial!
(Ricardo Gondim)
Ricardo Gondim Rodrigues é teólogo brasileiro,
pastor progressista, presidente nacional da Igreja Betesda, sediada em São
Paulo, presidente do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos,
conferencista. Tem programa de rádio e é colunista de vários veículos de
comunicação. É autor premiado de vários livros e artigos polêmicos.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
Tempo
Tempo
Imagem: Tempo - depositphotos -stock-photo-time-flies-idea.jpg O tempo
por vezes se esvai
tão rapidamente,
quando num sonho,
a longínqua realidade
nem ousa chegar .
É célere,
quando no sossego da alma,
a paz se implementa
e vem harmonia interior
Contudo, é deveras moroso,
quando nos envolve no cotidiano
das horas prisioneiras.
às vezes, num desejo trancado,
sem perspectivas de céu, de paisagens...
Também sua lentidão
se mostra
num sentimento contido,
silencioso , escuro ,
que nos causa dor e medo.
Coração sobressaltado
na resistência dos dias.
É sempre assim...
Mais sensato então
é aproveitar os momentos
sem contemplação temporal.
Deixar-se levar oportunamente
pelo prazer que se tem:
Família, Amigos, Lugares Amados
Numa companhia plena
e próxima.
E pretensiosamente ,
enganaremos o tempo
na sua inexorável vontade
e nos possuir só para si.
E teremos então multiplicadas
as nossas doses de bem-estar
na loucura do mundo.
Aureliano